LESÕES DOS MENISCOS DO JOELHO
O JOELHO é a maior articulação do corpo humano. Ele é formado pela união da extremidade inferior do fêmur ( osso da coxa ), extremidade superior da tíbia ( osso da perna ) e pela patela ( ou rótula ) anteriormente. Entre o fêmur e a tíbia encontram-se duas estruturas de fibrocartilagem, com o formato de meia-lua, chamadas de MENISCOS. Eles funcionam como amortecedores, fazendo a adaptação entre as superfícies cartilaginosas dos dois ossos. O JOELHO é uma articulação de carga, porque suporta o peso do nosso corpo, e dentro dos nossos joelhos são os MENISCOS que recebem e transferem parte significativa das forças do fêmur para a tíbia.
FUTEBOL
No nosso meio os homens costumam lesionar os MENISCOS DO JOELHO jogando FUTEBOL. As mulheres, por sua vez, lesionam seus MENISCOS em atividades caseiras diárias como, por exemplo, ao agachar para pegar alguma coisa no chão ou numa gaveta baixa, ou então fazendo ginástica na academia. Nas pessoas de mais idade, as lesões degenerativas são bastante comuns – os MENISCOS envelhecidos ficam mais fracos e forças menores sobre eles podem causar lesões, muitas vezes sem traumatismos significativos. Atividades de impacto e o sobrepeso corporal podem causar LESÕES MENISCAIS. Pacientes que nasceram com MENISCO DISCÓIDE ( o MENISCO com formato de disco ao invés de meia-lua ) também podem ter LESÃO MENISCAL, que acontece mais comumente na adolescência, quando o MENISCO anômalo se rompe durante alguma atividade física.
SINTOMAS DE LESÃO MENISCAL
Os sintomas mais comuns de LESÃO MENISCAL são dor, inchaço do joelho, estalidos e, em alguns casos, até o bloqueio articular. Mas o que mais chama a atenção do paciente é a DOR que, com o passar do tempo, tende a piorar. O inchaço costuma não ser muito significativo na maioria das vezes. Estalos durante os movimentos do joelho podem acontecer em alguns pacientes. Em algumas situações um fragmento do MENISCO rompido pode se deslocar, bloqueando a articulação e impedindo o paciente de esticar ou dobrar o joelho. O joelho parece que “trava”. O fragmento meniscal deslocado impede o livre movimento articular. Essa lesão é conhecida como LESÃO EM ALÇA-DE-BALDE DO MENISCO. Nas LESÕES MENISCAIS o joelho pode inchar. Costumam ser inchaços não muito grandes e que demoram várias horas para aparecer depois do machucado. Os pacientes sentem que há líquido dentro da articulação, o que é popularmente chamado de “ÁGUA NO JOELHO”. Se o joelho estiver muito inchado, o médico ortopedista fará uma PUNÇÃO ARTICULAR para alívio da dor. É um procedimento simples, feito com anestesia local, onde uma seringa com agulha é usada para tirar o excesso de líquido formado dentro do joelho, que costuma ser LÍQUIDO SINOVIAL, o líquido transparente e amarelado que lubrifica a articulação. Eventualmente pode haver um pouco de sangue.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA É ESSENCIAL
O exame que melhor mostra as LESÕES MENISCAIS é a RESSONÂNCIA MAGNÉTICA. O médico especialista sempre irá solicitar esse importante exame para identificar o tipo, a localização e a extensão da lesão meniscal.
TRATAMENTO DAS LESÕES DOS MENISCOS
O tratamento das LESÕES MENISCAIS depende do tipo, da localização e da extensão da lesão. Pode ser conservador, com medicamentos, repouso de atividades físicas e fisioterapia. Ou pode ser cirúrgico, nos casos onde houve rompimento da estrutura meniscal. Atualmente, com as técnicas artroscópicas, um cirurgião especialista habilidoso resolve o problema em alguns minutos. A recuperação é relativamente rápida e, em poucos dias, o paciente poderá retornar às suas atividades normais. É importante que o paciente com dor no joelho procure sempre um ORTOPEDISTA ESPECIALISTA EM CIRURGIA DO JOELHO e TRAUMATOLOGIA ESPORTIVA para ser corretamente avaliado. Pode ser uma LESÃO DE MENISCO e quanto mais cedo forem feitos o diagnóstico e o tratamento, melhor será o resultado.
ARTROSCOPIA DE JOELHO
Na ARTROSCOPIA DO JOELHO são feitas duas mini-incisões, uma de cada lado do joelho, não maiores do que 5 mm cada. Por um desses orifícios o médico introduz o ARTROSCÓPIO, um instrumento óptico que é acoplado a uma câmera e que transmite as imagens de dentro da articulação, ampliadas e em alta resolução, para um monitor de vídeo. Pelo outro orifício são inseridos os instrumentos cirúrgicos artroscópicos, que permitem ao cirurgião tratar as LESÕES DOS MENISCOS. Algumas lesões são passíveis de serem suturadas, porém são lesões difíceis de serem encontradas. Elas precisam atender alguns critérios para que a sutura tenha bom resultado: precisam ser periféricas ( estando dentro da área vascularizada do menisco que fica junto à cápsula articular ), não devem ser maiores do que 30 mm e, mais importante, precisam ser recentes ( preferencialmente com menos de 15 dias de evolução ). Existe ainda a possibilidade de um TRANSPLANTE DE MENISCO. O MENISCO é retirado de um cadáver, tratado, e depois fica disponível para ser transplantado. Não existe ainda uma uniformidade de bons resultados, além de se depender de um bom banco de tecidos. Foram relatados a degeneração precoce da cartilagem articular e também do próprio MENISCO transplantado. Existe o risco adicional, ainda que pequeno, de transmissão de doenças. As indicações são muito restritas e, como os resultados nem sempre são bons, é uma opção que ainda necessita de maiores estudos para poder ser aplicada na prática cotidiana. Estudos estão sendo feitos em alguns países sobre a possibilidade de se usar um MENISCO ARTIFICIAL para substituir o MENISCO machucado. O primeiro implante de MENISCO ARTIFICIAL nos Estados Unidos foi anunciado em janeiro de 2.015. Se os resultados forem bons, num futuro bem próximo, poderemos ter à disposição MENISCOS ARTIFICIAIS para serem implantados nos nossos pacientes.
FISIOTERAPIA
Sessões de fisioterapia são fundamentais no período de recuperação de uma CIRURGIA DE MENISCO ( MENISCECTOMIA ). O paciente deve escolher fisioterapeutas especializados na área de traumatologia esportiva, habituados com os protocolos de tratamento dessas lesões. As sessões de fisioterapia começam alguns dias depois da cirurgia. A recuperação é relativamente rápida – alguns dias apenas – para retorno às atividades cotidianas. Em algumas semanas já poderá voltar às atividades físicas normais.