MITOS E VERDADES SOBRE O PLASMA RICO EM PLAQUETAS
O Plasma Rico em Plaquetas ( PRP ) é um concentrado composto por produtos derivados do sangue, que contém substâncias responsáveis pela cicatrização e pelo crescimento celular. Os benefícios clínicos destes preparados foram relatados inicialmente nas cirurgias da área bucomaxilofacial. Desde a década de 90, o concentrado de PRP tem sido utilizado como procedimento médico para tratar lesões musculoesqueléticas e ósseas. Com o aumento do incentivo comercial das indústrias farmacêuticas, em especial na área da Medicina Esportiva, ocorreu uma popularização do uso desta terapia, de forma desorganizada e não padronizada. Rapidamente, o procedimento foi difundido para múltiplos usos, como se fosse a melhor alternativa para tratar todas as lesões, o que é um mito.
Existem muitos métodos para obtenção de PRP, cada um com características específicas quanto à capacidade de concentração das plaquetas e ao processo de liberação de determinados fatores de crescimento – os ingredientes responsáveis pela cicatrização e pelo crescimento celular. Evidências na literatura mostram que o mecanismo de ação destes fatores não está totalmente esclarecido e mais estudos são necessários para avaliar as suas reais implicações.
Estudos de alta qualidade metodológica também descrevem resultados contraditórios ou inconclusivos quanto à adoção deste tratamento, o que pode estar relacionado à ampla variação de técnicas para a obtenção do preparado. A falta de padronização para a obtenção do PRP é uma das maiores preocupações dos clínicos na hora de optar pelo procedimento, uma vez que o preparado pode não se enquadrar na concentração ideal para agir com eficiência sobre as lesões.
O FDA ( Food and Drug Administration ), agência governamental que lida com o controle das indústrias alimentícias e de medicamentos nos Estados Unidos, aprovou vários métodos e centrífugas para a obtenção dos preparados de PRP. No entanto, o uso do PRP na prática clínica não está totalmente aprovado e torna-se de responsabilidade do médico aplicá-lo.
Em 2008, o NICE ( The National Institute of Health and Clinical Excellence ), o núcleo de maior autoridade em saúde no serviço público de saúde do Reino Unido – NHS, declarou que não há evidências suficientes para permitir o uso do PRP na rotina clínica e que sua utilização deve ficar restrita apenas à pesquisa clínica.
É um mito afirmar que a prática do uso do PRP esteja suficientemente conhecida e aprovada pelos órgãos reguladores de práticas médicas e pela indústria farmacêutica.
Enquanto o uso do PRP permanece controverso, a única certeza que se tem é a de que é necessária a produção de novos estudos, que avaliem com precisão as indicações, os efeitos e as limitações deste tipo tratamento, para assegurar que seus efeitos deixem de ser mitos e se tornem verdades de fato.
Importante lembrar que no Brasil o uso de CÉLULAS-TRONCO e do PRP na ortopedia é considerado experimental. Leia AQUI a resposta da ANVISA ao questionamento sobre o assunto feito pela SBCJ ( Sociedade Brasileira de Cirurgia de Joelho ). Leia AQUI o parecer do CFM ( Conselho Federal de Medicina ) sobre o assunto. Leia AQUI a resolução do CFM ( Conselho Federal de Medicina ) sobre o assunto.