” Ingredientes patenteados para ajudar a reconstruir as articulações… “
” Lubrificante para as articulações – melhora os movimentos e a flexibilidade… “
” Nova fórmula – elimina até mesmo a pior dor, instantaneamente… “
” Alívio completo das dores da artrose… “
” Tratamento comprovado para a artrose do joelho… “
” Fórmula para recuperação das cartilagens… “
” Efeito triplo comprovado… “
” Fórmula especial de cartilagem de tubarão para lubrificação e regeneração das articulações… “
” Efeito comprovado cientificamente… “
Essas são frases que foram tiradas de embalagens de “medicamentos” nos Estados Unidos que prometem melhora e até mesmo a cura da ARTROSE DO JOELHO. Muitos pacientes trazem ao consultório frascos desses produtos para saber a minha opinião. O desejo de encontrar uma cura milagrosa para aliviar a dor e regenerar a cartilagem que se desgastou é natural e compreensivo e leva milhares de pacientes com ARTROSE NO JOELHO a buscar e tomar tudo o que encontram pela frente, na esperança de que algum desses produtos não tenha sido ainda estudado ou avaliado pelos médicos e cientistas. É um mercado bilionário. A agência americana FDA ( Food and Drug Administration ) classifica essas substâncias como uma subcategoria dos alimentos e elas não são consideradas produtos farmacêuticos. Todos esses produtos, portanto, não estão sob o controle do FDA porque não são medicamentos. Podem ser vendidos em qualquer lugar, compra quem quiser. Não precisa de prescrição médica. Até em supermercados você pode comprar. Diferentemente dos medicamentos que, nos Estados Unidos, só chegam às mãos do paciente se ele tiver uma prescrição médica. Esses produtos são vendidos em farmácias, dando a impressão de que, por estarem sendo vendidos numa loja de medicamentos, são medicamentos, enganando muitas pessoas. Propagandas no rádio, na televisão e em revistas, com o testemunho de “pacientes” e explicações de “especialistas”, ajudam a impulsionar as vendas, para alegria dos fabricantes. Pior ainda: muitos médicos prescrevem esses produtos, provavelmente influenciados pelas propagandas que os representantes dos laboratórios fazem e deixam nos seus consultórios, junto com algumas amostras.
A síndrome do asterisco acomete todos esses produtos nos Estados Unidos. Vemos nas embalagens informações do tipo: ” PROMOVE E MANTÉM A FORÇA ARTICULAR* “, ” CURA A ARTROSE* “, ” ALÍVIO COMPLETO DAS DORES DA ARTROSE* “, ” MELHORA A LUBRIFICAÇÃO ARTICULAR* “, ” AUXILIA O ORGANISMO A PRODUZIR MAIS FLUIDO LUBRIFICANTE PARA AS JUNTAS* “, ” REGENERA AS CARTILAGENS* “, etc… Em letras bem pequeneninhas, em algum lugar escondido na embalagem ou na bula, tem que constar: ” (*) O FDA adverte que este produto não serve para o diagnóstico, tratamento, cura ou prevenção de doenças “. É o significado do asterisco! Note que em todos os frascos e embalagens tem o asterisco em algum lugar. Condroitina, glucosamina, cartilagem de tubarão, ômega 3, MSM, colágeno, etc… são produtos vendidos e consumidos por milhões de pessoas no mundo todo e vários estudos sérios já demonstraram que não servem para a regeneração da cartilagem. Até o presente momento não se descobriu ainda um tratamento efetivo que possa regenerar a cartilagem hialina para ser usado rotineiramente nos nossos pacientes. Essa descoberta merecerá o prêmio Nobel de Medicina!
Numa rápida pesquisa encontrei várias substâncias que são muito consumidas no Brasil para o tratamento da artrose: semente de sucupira, unha de gato, semente de abacate, garra-do-diabo, cartilagem de tubarão, cogumelo do sol, gelatina de peixe, canela de velho, chapéu-de-couro, salsaparrilha, rosa-canina, confrei, salgueiro-branco, pimenta Cayenne, freixo, argila medicinal, óleo de andiroba, óleo de alho, amêndoas, levedo de cerveja, gérmen de trigo, semente de mostarda, vinagre, algas marinhas, lama negra, aipo, alfafa, araçá, buva, calêndula, tarumã, cavalinha, velame, dente-de-leão, guiné, caroba, canema, cedro-rosa, paineira, rabanete, caiapó, cloreto de magnésio, estigma de milho, marapuama, gergelim preto, uva ursi, cereja de inverno, melancia, mentrasto, mel, vinagre de maçã, banana, linhaça, ulmária, alecrim, etc… Outros “tratamentos” como a magnetoterapia ( uso de imãs em colchões, almofadas, joelheiras, etc… ), injeção de ozônio no joelho e a aplicação de ondas de choque ( PST ) têm sido indicados por “especialistas”. Mas sabemos que nenhum desses “tratamentos” faz a cartilagem gasta se regenerar, portanto não funcionam.
Se você tem ARTROSE NO JOELHO, converse com seu médico sobre os novos tratamentos, estudados e cientificamente comprovados, para o tratamento da doença. Esses tratamentos de última geração têm resultados muito bons e tem ajudado muitos pacientes.
Dois fatos para raciocinarmos:
Fato n˚1: O tecido cartilaginoso não é vascularizado. Difícil, portanto, imaginar que você vá ingerir alguma coisa e essa coisa vá chegar lá na cartilagem.
Fato n˚2: No processo digestivo as moléculas grandes não são absorvidas pelo nosso organismo. As proteínas precisam ser quebradas em aminoácidos, os polissacarídeos em monossacarídeos e as gorduras em ácidos graxos. O corpo absorve aminoácidos, monossacarídeos e ácidos graxos. Vamos analisar o colágeno: é uma proteína formada por três longas cadeias de aminoácidos unidas entre si na forma de uma hélice. Cada cadeia tem cerca de 1.000 aminoácidos, ou seja, a molécula do colágeno é uma molécula grande composta por cerca de 3.000 aminoácidos. Na digestão, a molécula do colágeno é quebrada, separando todos os aminoácidos que a formavam. São os aminoácidos que são absorvidos, e o organismo os usará para formar as proteínas que estiver precisando naquele momento. É um pensamento tolo imaginar que basta engolir cápsulas de colágeno e que esse colágeno vai encontrar um caminho para chegar nas cartilagens e lá se fixar. O mesmo raciocínio serve para a condroitina e a glucosamina. As duas substâncias são polissacarídeos que são digeridos e quebrados em monossacarídeos que o corpo irá usar imediatamente ou estocar na forma de glicogênio. Condroitina e glucosamina ingeridas não chegam às cartilagens! Por serem polissacarídeos são, inclusive, contra-indicados para pacientes diabéticos.